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Leite em Minas tem maior rentabilidade

Preço pago ao produtor de Minas Gerais em maio, referente a abril, pode chegar a R$ 2,80, valorização de 5,5%. As quedas dos preços da soja e do milho aliadas a uma reação do mercado consumidor podem contribuir para uma melhor rentabilidade na produção de leite em Minas Gerais.


Aumento na cotação do leite ocorre em momento de queda nos

preços do milho e soja | Crédito: Embrapa/Divulgação



05/05/2023 - As quedas dos preços da soja e do milho aliadas a uma reação do mercado consumidor podem contribuir para uma melhor rentabilidade na produção de leite em Minas Gerais. De acordo com os dados do Conselho Paritário entre Produtores de Leite e Indústrias de Laticínios de Minas Gerais (Conseleite-MG), a estimativa é que o valor médio de referência para o litro do leite entregue em abril a ser pago em maio chegue a R$ 2,80, uma valorização de 5,5% frente ao pagamento anterior.


O aumento da cotação do leite ocorre em um momento de queda nos preços dos grãos, com destaque para o milho e a soja, cujos valores recuaram 24% e 21%, respectivamente, em abril. O recuo é importante uma vez que os itens são os principais componentes da ração animal, insumo que corresponde a maior parte dos custos da atividade.


De acordo com a analista de agronegócios do Sistema Faemg/Senar, Mariana Simões, a tendência de aumento dos preços é resultado de uma reação do mercado consumidor e também da menor captação do produto no campo, devido à oferta de pastagem limitada.


“O consumo de leite e derivados reagiu nos últimos meses, refletindo nos preços do setor. Tivemos o início das aulas em fevereiro, pagamento de auxílio e a chegada do inverno, quando é de costume registrar aumento no consumo. O período também é marcado pela queda na captação, uma vez que há uma menor oferta de pastagem”.


Ainda segundo Mariana, além do aumento de 5,5% nos preços a serem pagos aos pecuaristas pelo litro do leite, também houve reajuste nos valores dos derivados. No leite em pó – produto mais fabricado pelos laticínios de Minas Gerais – a alta no valor médio de referência foi de 5,3%, com o quilo negociado a R$ 28,94. O litro do UHT valorizou 12%, chegando a R$ 4,65.


A valorização dos preços é importante para os produtores, que trabalham com margens apertadas.


Ração

Outro ponto que pode contribuir para uma melhor rentabilidade é a queda dos preços dos grãos. A retração chegou a 21% na cotação da soja e a 24% nos preços do milho.


“Tivemos queda nos preços do milho e da soja, o que vai refletir nos preços da ração e no custo de abril, já que a ração é o principal custo da atividade. Apesar disso, a produção de leite no campo continua com margens estreitas. Tivemos aumento de mão de obra com o reajuste do salário mínimo, o que também deve impactar”.


Com margens estreitas, segundo Mariana, o momento de queda nos preços dos grãos pode ser aproveitado pelos produtores.


“O produtor precisa trabalhar a gestão de custo e aproveitar as oportunidades. Se eles tiverem caixa, é interessante fazer compras coletivas e estocar alimentos para o rebanho, aproveitando o momento de menor custo das ração”.


De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os preços do leite cru podem seguir firmes em abril. A aproximação do período de entressafra e a consequente diminuição da produção no campo podem favorecer a cotação.


Porém, os pesquisadores alertam que a demanda enfraquecida e o aumento das importações podem frear a intensidade desse possível avanço nos preços.


Fonte: Diário do Comércio

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