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Produtores em Brasília contra a importações predatórias de leite

Com o objetivo de frear as importações predatórias de leite, produtores de todo país estiveram em Brasília no dia 16 de agosto para o Encontro Nacional de Produtores de Leite. A reunião foi realizada na Câmara dos Deputados. O objetivo é alertar o governo federal e toda a sociedade sobre os graves problemas que a cadeia de lácteos vem enfrentando no Brasil.



17/08/2023 - Com o objetivo de frear as importações predatórias de leite, produtores de todo país estiveram em Brasília no dia 16 de agosto para o Encontro Nacional de Produtores de Leite. A reunião foi realizada na Câmara dos Deputados. O objetivo é alertar o governo federal e toda a sociedade sobre os graves problemas que a cadeia de lácteos vem enfrentando no Brasil.


Dados do Agrostat/MAPA indicam que, no primeiro semestre deste ano, o Brasil importou o equivalente a mais de 1 bilhão de litros de leite. Neste período, o volume do produto estrangeiro que chegou ao Brasil é quase 300% maior quando comparado ao mesmo período do ano anterior. O aumento da disponibilidade da matéria-prima, a custos inferiores ao produto nacional, tem pressionado toda a cadeia.


Como exemplo, para o leite entregue em julho a ser pago em agosto deste ano, o Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Estado de Minas Gerais (Conseleite-MG) aponta uma queda de 3,1% no preço pago ao produtor. O cenário, de acordo Renato Laguardia – vice-presidente de Finanças do Sistema Faemg Senar – pode resultar no esvaziamento total da cadeia de lácteos em Minas e no Brasil.


“É altamente prejudicial aos produtores de leite, porque está entrando leite importado com alíquota zero, principalmente do Mercosul e que não sabemos de fato qual a origem desse leite, se é só de países do Mercosul ou se outros países estão fazendo algum tipo de dumping com Argentina e Uruguai”, detalhou Laguardia.


A cobrança zerada sobre o leite importado gera uma pressão interna sobre os produtores de leite brasileiros que estão perdendo receita e renda. “É uma importação predatória porque acaba abaixando muito o preço do leite para o produtor que está parando seu trabalho, passando para outras atividades da agropecuária ou até mesmo vendendo suas propriedades e desestabilizando toda uma cadeia que hoje está presente em quase todos os municípios do estado. Minas Gerais hoje é o maior produtor de leite do país, e é quem mais vai sentir os impactos dessa crise”, lamentou Renato.


Para ele, o governo federal deve rever as alíquotas de importação aplicadas nas negociações envolvendo os lácteos, além da realização de um pente-fino na origem do leite que tem sido comprado junto ao Mercosul. “Hoje, as importações já correspondem a 10% ou mais da nossa produção total, anteriormente era 2%, 3%. Houve um aumento considerável com uma enxurrada de leite estrangeiro no Brasil. Precisamos travar essas importações”, concluiu Laguardia.


Jônadan Ma, presidente da Comissão Técnica da Pecuária de Leite da FAEMG, salienta que há uma concorrência desleal pois "o produtor brasileiro tem uma imposição de regras, custos e exigências legais para produzir leite. Tanto nos aspectos técnico e ambiental, quanto nos aspectos econômico e sanitário. O nosso questionamento é se os produtores de outros países têm essas mesmas características e exigências que o produtor brasileiro tem."


Encontro

O Encontro Nacional de Produtores de Leite é liderado pela Frente Parlamentar de Apoio ao Produtor de Leite, junto à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Organização das Cooperativas do Brasil, Abraleite e mais 15 entidades de classe. A audiência será realizada no auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados.


Fonte: FAEMG - Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais

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